29.8.07

por que me descobriste no abandono?


suo embaixo dos braços no inverno de sete graus
eu suo baixando os degraus e desconfiando
desconfiando que de mim estão guardadas, por mim, as novidades?
mas que espécie de cara metade sou?
eu suo para onde vou
suo e sou
nos alinhavos de uma bainha que comecei, começo
e não canso
sempre me acontece
de pensar - ah, hoje, hoje, hoje!
olho fotografias e me descubro no abandono
eu não me esqueço, eu não me conheço?
oh, obrigada pelas lindas flores
oh, me irrito
oh, suo de aflita
oh, gravo a metade que sou
e as outras eu não largo, devagar,
caiu este amor aqui na minha mão.

Um comentário:

Cinthya Verri disse...

Suores noturnos.
Diurnos. Suarentas que somos do inverno - outra imparidade nossa.
Atenção:
Imparidade não é tradução de impairment...
É tradução de não sei.
Beijos